Amada,
Tanta coisa junto construída para num instante, o derradeiro, pulverizar-se como se nada houvesse.
O que será? Não sei. O que seremos? Menos ainda posso afirmar: ocorre o inenarrável.
Mulher, a teimosia de minha parte esgota-se com a tinta que mancha este papel que em futuro próximo terás em mãos. Não obstante a chama aflora e aclara o que julgo acabar, menos intenso é claro, também febril a caminho da inércia, assim como a flor que fenece pouco a pouco em meu âmago. A limitação da palavra ora em vez emergi e não consigo expressar o que almejo, por isso uso palavras que não são minhas e de repente me apeteço de palavras como: "É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.
É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade. ‘’ e constato o quanto hemos de persistir e perdurar pelo que desejamos independente das circunstâncias, são palavras de Pablo Neruda que me servem de consolo e cabe perfeitamente neste nó que ora desatamos, ora apertamos, no mais as palavras de Manuel Bandeira também me aliviam o espírito nesse fim de tarde solitária frente a luz baça do computador: ‘’E a vida vai tecendo laços,
Quase impossíveis de romper:
Tudo que amamos são pedaços
vivos de nosso próprio ser
A vida assim nos afeiçoa,
Prende. ‘’ Deixai como está, ‘bem está o que bem acaba’ conforme Shakespeare soa em minha alma, porém as cartas postas na mesa não expressam coisas claras, todavia o desenho se aperfeiçoa melhor com o tempo que corre e percebo o que está a ocorrer. Ô inglória do porvir!
Sem grandes citações, humildemente confesso, estar sem bússola. Aprendo e sou afeiçoado pela vida no dado instante, de forma amarga e indesejável, mas o que são os seres mortais ante a vontade divida e a força do destino? Se assim hemos de caminhar, sigamos. O que resta é isso, nada mais. Estou pesaroso, uma lástima só! Ai de mim! E dessa forma seguiremos nosso caminho. Cada qual a sua maneira, espero que não nos arrependamos das escolhas que fizemos, pois as lágrimas derramadas em certa altura da vida são irreparáveis.
Um beijo, Amante.
Pang arcade
Há um ano
Muito bom....gostei da tal profundidade dos textos e dos sentimentos
ResponderExcluir.......Abraço do Elie