7 de jul. de 2009

Perdoem se eu partir!

Agora faz poucos instantes que o astro rei se pôs lá fora, através da janela percebo que a claridade se esvai em frações de segundos, mas aumenta a sombra, não há luz e sem luz não posso enxergar meu futuro macabro que me espera, apenas seguir, não sei ao certo, mas tenho medo do que pode acontecer, só o que consigo sentir, nada mais: medo. Tenho que seguir!
Meus olhos escondem dores, mas ninguém é capaz de captá-las, à noite quando o sol se põe e vem a negritude amargor do dia que não vivemos, nem nos demos conta de que passou, sim passou e aqui estou eu, essa tela de computador de luz baça e tênue e o gato. A casa ruge tamanha solidão que paira no ar! O vento soa sensivelmente à janela e toca minha face de expressão triste. O dia passou lento demais, cada segundo decorria como lesma, conseguia ouvir o assobiar do vento e suas batidas no portão lá fora, tudo convidava ao necessário fim derradeiro.
Vejo que não sobram alternativas sem dores, pois tudo está coberto de infâmia e negritude. Enquanto o passar lento das horas me angustiava tentei em vão proceder diferente, tentei desviar meus pensamentos para coisas boas, mas não foi possível, o ambiente tem trazido coisas amargas de quem não tem onde se esconder, apenas partir!
Édergovsky